Medida provisória prorroga suspensão de tributos para empresas exportadoras

O governo federal decidiu prorrogar os incentivos tributários para empresas brasileiras que atuam na área de comércio exterior. Uma medida provisória (MP 960/2020) publicada na edição desta segunda-feira (4) do Diário Oficial da União estende por mais um ano o regime especial conhecido como drawback.

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Exportações de café brasileiro atingem 3,4 milhões de sacas em outubro

No mês passado, o Brasil exportou 3,4 milhões de sacas de café – considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. O volume representa queda de 13,1% em relação a outubro do ano passado, quando o País bateu recorde em exportações do produto para o mês. Os dados são do Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.

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Burocracia trava comércio exterior

Estudo inédito realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) traça um retrato dramático da burocracia que recai sobre o comércio exterior brasileiro. As exportações brasileiras, apesar da informatização de parte dos processos, ainda são sujeitas a 46 procedimentos diferentes, administrados por 12 órgãos, que afetaram 23% das vendas ao exterior realizadas no ano passado. Nas importações, são 72 obrigações controladas por 16 órgãos do governo, com impacto sobre 59% das compras.

“É um levantamento sistematizado de um conjunto de custos e encargos que chamamos de invisíveis”, disse a gerente de Política Comercial da entidade, Constanza Negri. “Não que eles não sejam sentidos na pele das empresas, mas porque são de difícil acesso pela falta de transparência e de disponibilidade das informações.”

“Grande parte da falta de competitividade da indústria brasileira é provocada por esses custos”, afirmou o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral. “O Brasil não conseguirá fazer uma abertura comercial sem resolver as ineficiências, que vão de logística inexistente a greves extorsivas (dos fiscais).”

A variedade de problemas é tanta que o estudo não conseguiu chegar a seu objetivo original: estimar o peso dessas obrigações sobre a economia brasileira. Em nove casos, os autores não conseguiram apurar valores de algumas taxas nem recorrendo à Lei de Acesso à Informação.

Protegida pelo anonimato, uma empresa do setor de alimentos relatou à CNI que decidiu importar uma nova máquina. Mas só quando o equipamento chegou ao porto e ficou retido, a empresa descobriu que tinha de ter pedido, antes de iniciar a importação, uma autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O problema só foi resolvido depois de a empresa contratar uma consultoria especializada e pagar uma multa por ter importado sem a devida documentação.

A deficiência nas informações e a falta de previsibilidade, além de um aparente exagero nas exigências e da burocracia, são os problemas apontados pelas 114 empresas ouvidas pela CNI para o estudo. Constanza destaca que o controle na importação e exportação de produtos por parte do governo é legítimo e necessário. “Mas questionamos se não há excessos.”

Ao fazer o levantamento, ela se surpreendeu pela existência, no Ibama, de um certificado cuja função é atestar que aquele produto não precisa de um documento chamado Licença para Uso da Configuração de Veículos ou Motor (LCVM) para ser importado.

Custo

O estudo alerta ainda que o custo elevado de determinadas taxas pode ser até mesmo questionado na Organização Mundial do Comércio (OMC) como uma barreira ao comércio. Como algumas são fixadas em reais, e não como um porcentual do valor da mercadoria, há risco de serem desproporcionalmente caras.

As empresas questionam até hoje por que o governo elevou de R$ 30 para R$ 185 a taxa de uso do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), onde são registradas as operações de exportação e importação. O aumento ocorreu em 2011. Questionada, a Receita Federal não se posicionou até a publicação desta reportagem.

A taxa de R$ 88,17 cobrada pelo Banco do Brasil para analisar documentos necessários para a emissão de licenças para as operações comerciais foi discutida até no Tribunal de Contas da União (TCU). Relatório elaborado pelos técnicos da Corte aponta que, em 2010, o banco arrecadou R$ 30 milhões, mas os custos administrativos foram da ordem de R$ 11 milhões. Os acordos internacionais dizem que as taxas devem ter um valor proporcional ao serviço prestado.

Questionada, a instituição informou que não divulga receitas obtidas com tarifas específicas e que faz o serviço por delegação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O Mdic informou que delegou serviços ao BB por sua capilaridade e que o TCU julgou não haver irregularidade na tarifa ou na transferência de atribuições.

Por Mark Grassi com informações
do Estado de S. Paulo.

Japão: exportações sobem 7,8% em abril ante abril/2017

As exportações japonesas cresceram 7,8% em abril em relação a igual período do ano anterior, impulsionadas pela forte demanda por carros dos Estados Unidos, segundo dados do Ministério das Finanças do Japão. O aumento das exportações do Japão ficou em linha com o incremento de 8% esperado pelos economistas consultados pelo The Wall Street Journal.

As exportações de ferro e aço para os EUA aumentaram 14%. Os EUA impuseram uma tarifa de 25% sobre as importações de aço, e o governo Trump se recusou a conceder ao Japão uma isenção temporária ou permanente dessa tarifa, o que levou o Japão a dizer que se reservava o direito, sob as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), de impor tarifas retaliatórias.

O superávit comercial do Japão com os EUA em abril subiu 4,7% em relação ao ano anterior, para 616 bilhões de ienes. A demanda por navios-tanque de Malta e por ferramentas usadas para fazer telas de cristal líquido da China ajudaram as exportações japonesas, segundo o ministério.

A balança comercial mensal do Japão teve superávit de 626 bilhões de ienes, abaixo de uma estimativa de 797 bilhões de ienes de uma pesquisa do Nikkei, em parte devido a um aumento nas importações de petróleo da Arábia Saudita e de motores de aeronaves dos EUA.

Espera-se que as exportações do Japão continuem crescendo por conta do fortalecimento da economia global, enquanto as importações também deverão manter a solidez devido aos preços mais altos da energia e à recuperação da demanda doméstica, disseram analistas.

Por Mark Grassi com informações da Dow Jones Newswires.