A Fujifilm Diosynth Biotechnologies, uma unidade da Fujifilm Corp. do Japão, disse segunda-feira que vai fabricar a vacina candidata contra o coronavírus da Novavax Inc. na Grã-Bretanha, começando no início do próximo ano.
A Fujifilm Diosynth Biotechnologies produzirá até 60 milhões de doses da vacina candidata COVID-19, desenvolvida pela empresa de biotecnologia dos EUA, para fornecimento à Grã-Bretanha em um local em Billingham.
Imagens
Toyota e Mazda vão investir mais na nova fábrica dos EUA
Toyota Motor Corp. e Mazda Motor Corp. disseram na ultima semana que vão investir mais 830 milhões de dólares em uma fábrica conjunta sendo construída em Huntsville, Alabama.
O investimento adicional destina-se a introduzir mais tecnologias de fabricação de ponta nas linhas de produção da fábrica e fornecer treinamento avançado para sua força de trabalho, disseram as montadoras japonesas.
Premiê do Japão deixa hospital após check-up em meio a temores com saúde
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, passou por um check-up em um hospital nesta segunda-feira, disse uma fonte do governo em meio a temores manifestados por uma autoridade de alto escalão de que o premiê esteja sofrendo de exaustão devido ao enfrentamento da pandemia de coronavírus.
Metalúrgicos da Toyota aprovam redução da jornada de 25%
Os metalúrgicos da fábrica da Toyota em Sorocaba (SP) aprovaram um novo acordo de redução da jornada de trabalho por 30 dias com vigência a partir de 3 de setembro. A votação ocorreu de forma online por um período de 24h e foi encerrada no fim da tarde de sexta-feira, 14. A medida foi aceita por 98% dos quase 1,4 mil funcionários que participaram da assembleia virtual.
Vendas no comércio paranaense crescem em junho
As vendas do comércio paranaense continuam em um cenário de crescimento, depois dos impactos negativos da pandemia do novo coronavírus no varejo. O volume de vendas no comércio varejista ampliado, que inclui todas as atividades, inclusive materiais de construção e veículos, aumentou 9% em junho deste ano, na comparação com junho de 2019. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quarta-feira (12), pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Preço das terras no Paraná cresceu cerca de 12% este ano
Os preços das terras agricultáveis no Paraná cresceram, em média, 12% este ano em relação ao ano passado. Esse percentual foi influenciado pela variação do preço da soja, que é o principal preço de referência na comercialização das terras no Estado.
Brasil exporta 3 milhões de sacas de café em julho, diz Cecafé
Em julho deste ano, o país exportou 3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. O volume representa o segundo recorde histórico de exportações brasileiras de café para um mês de julho já registrado, apesar do atual cenário de pandemia por coronavírus. A receita cambial gerada pelos embarques foi de US$ 356,8 milhões, equivalente a R$ 1,9 bilhão, o que representa um aumento de 22,3% em reais em relação a julho de 2019. Já o preço médio da saca de café foi de US$ 117,4. Os dados são do Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.
Em relação às variedades embarcadas no mês, o café arábica correspondeu a 74,4% do volume total das exportações, equivalente a 2,3 milhões de sacas. O café conilon (robusta) atingiu a participação de 14,7%, com o embarque de 446,4 mil sacas, enquanto que o solúvel representou 10,9% das exportações, com 331,8 mil sacas exportadas.
“Os volumes de exportação registrados em julho mostram que iniciamos bem o ano cafeeiro, com uma boa entrada do café brasileiro no mercado e bons resultados em reais. Apesar do cenário de crise gerado pela pandemia, os resultados indicam que o agronegócio café irá se consolidar nos próximos meses com qualidade e sustentabilidade e, principalmente, tomando os cuidados necessários em relação aos protocolos privados, desde a colheita, passando pelos armazéns, transporte e chegando com segurança ao consumidor. Temos informações dos Estados produtores de que a colheita está em um ritmo muito bom, tanto em volume quanto em qualidade, o que sinaliza uma boa performance para o ano cafeeiro”, declara Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Ano civil
No período de janeiro a julho deste ano, as exportações de café atingiram 22,9 milhões de sacas. Neste caso, o volume exportado também representa o segundo recorde histórico de exportações brasileiras de café para o mundo no período.
A receita cambial foi de US$ 3 bilhões, equivalente a R$ 14,7 bilhões, crescimento de 29% em reais em relação ao período anterior. Já o preço médio foi de US$ 128,9/saca, registrando crescimento de 3,2%.
Entre as variedades embarcadas de janeiro a julho, o café arábica representou 78,4% do volume total exportado, equivalente a 18 milhões de sacas, enquanto que o café conilon (robusta) atingiu a participação de 11,2%, com o embarque de 2,6 milhões de sacas, e o solúvel representou 10,3%, com 2,4 milhões de sacas. Entre as variedades, as exportações de conilon se destacaram no período ao registrarem crescimento de 15% em relação a janeiro a julho de 2019.
Principais destinos
No ano civil (jan-jul), os dez principais destinos de café brasileiro foram: os Estados Unidos, que importaram 4,3 milhões de sacas de café (18,6% do total embarcado no período); a Alemanha, com 3,9 milhões de sacas importadas (17,1% da participação total no período); Itália, com 1,8 milhão de sacas (8,1%); Bélgica, com 1,7 milhão (7,2%); Japão, com 1,2 milhão de sacas (5,1%); Federação Russa, com 755,8 mil sacas (3,3%); Turquia, com 736,4 mil sacas (3,2%); Espanha, com 568 mil sacas (2,5%); México, com 537,4 mil sacas (2,3%) e Canadá, com 482,5 mil sacas (2,1%).
Entre os principais destinos, o México e a Federação Russa registraram os maiores crescimentos no consumo de café brasileiro no ano civil, com aumento de 31,3% e 22,2%, respectivamente.
Já entre os continentes e blocos econômicos destacam-se o crescimento de 21,1% nas exportações para os países da América do Sul; 49,8% para a África; 94,8% para a América Central; 24,5% para os países do BRICS; 15,6% para o Leste Europeu, além do aumento de 41,3% nos embarques para os países produtores de café.
Diferenciados
No ano civil, o Brasil exportou 3,8 milhões de sacas de cafés diferenciados (que são os cafés que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis). O volume, que foi o segundo maior embarcado para o período nos últimos cinco anos, corresponde a 16,6% do total de café exportado de janeiro a julho deste ano.
A receita cambial gerada com a exportação de cafés diferenciados do Brasil foi de US$ 625,6 milhões, representando 21,1% do total gerado pelo Brasil em receita com as exportações no ano civil de 2020 até agora.
Os principais destinos de cafés diferenciados foram: EUA, que importaram 660,7 mil sacas (17,3% do volume total do tipo de café embarcado no ano civil); Alemanha, com 551,2 mil sacas (14,4% de participação); Bélgica, com 486 mil sacas (12,7%); Japão, com 326 mil sacas (8,5%); Itália, com 271,6 mil sacas (7,1%); Espanha, com 176,4 mil sacas (4,6%); Reino Unido, com 140,7 mil sacas (3,7%); Suécia, com 127,6 mil sacas (3,3%); Canadá, com 112,5 mil sacas (2,9%) e Países Baixos, com 100,7 mil sacas (2,6%).
Portos
O Porto de Santos segue na liderança da maior parte das exportações no ano civil de 2020, com 79,9% do volume total exportado a partir dele (equivalente a 18,3 milhões de sacas). Em segundo lugar estão os portos do Rio de Janeiro, com 12,6% dos embarques (2,9 milhões de sacas).
Fonte: Cecafé
Número de transações no comércio online cresceu 105% nas Américas, segundo o levantamento da Cashback World
Com o final do segundo trimestre e o mundo mergulhado nas consequências da pandemia do novo coronavírus, a economia apresentou queda no começo do trimestre, mas, houve uma leve recuperação no final, resultado do maior volume no consumo mundial. Dados de uma das maiores Comunidades de Compras do mundo, a Cashback World, revelaram que o volume de transações online na plataforma cresceu 105%, nas Américas – considerando Estados Unidos, México, Colômbia e Canadá, no comparativo do segundo trimestre de 2020 com o primeiro.
Por estar presente em 49 países ao redor do mundo, a Cashback World fez este recorte a nível Américas, e outro recorte a nível Brasil, para estudar as mudanças, diferenças e semelhanças no comportamento de compras do consumidor. O recorte Américas engloba os Estados Unidos, Canadá, México e Colômbia e mostra algumas similaridades com o do Brasil. As categorias que lideram as transações são Vitaminas & Suplementos (531%), Equipamentos Médicos (400%), Computadores & Softwares (200%), Equipamentos de Jardim (138%), Passatempo & Lazer (100%), DIY (Faça você mesmo) (100%) e Livros & Músicas (78%). Enquanto a maior retração apareceu nas categorias: Roupas & Brinquedos Infantis (-87%), Viagens (-61%), Eletrônicos (-56%) e Entretenimento (-50%).
“O primeiro trimestre, quase todo sem pandemia no Brasil, registrou um número bastante alto de volume de transações online na nossa plataforma. Já no segundo trimestre houve uma mudança no comportamento do consumidor, trazendo uma leve desaceleração. O mês de abril foi o pior do semestre para o comércio dentro e fora da plataforma, cenário que começou a mudar em meados de junho”, comenta Roberto Freire, CEO Américas da myWorld — operadora da Cashback World.
Essas mudanças no comportamento nas Américas devem-se ao fato também dos diferentes estágios da pandemia, o nível de isolamento e as políticas de cada país em relação às restrições do comércio, reabertura dos setores e controle dos casos.
No Brasil
Segundo o levantamento que compara os resultados do segundo trimestre de 2020 frente ao primeiro, no Brasil, as categorias de maior destaque em volume de transação na plataforma, são: Flores & Presentes (100%), Livros & Música (100%), Móveis & Decoração (79%), Computadores & Softwares (67%) e Alimentos & Bebidas (54%). Em compensação, as categorias que apresentaram as maiores quedas foram: Viagens (-85%), Serviços (-58%) Entretenimento (-47%), Lojas de Departamento (-41%) e Pets (-41%).
“Observamos um nítido e natural aumento nas categorias que correspondem mais às necessidades das pessoas que estão em casa, confinadas. A procura por aplicativos de delivery também aumentou consideravelmente e itens para a casa, que precisou se adaptar ao home office e ao lazer, em muitos casos. Na comparação com o primeiro trimestre, o comportamento de compra do brasileiro não mudou muito, o que se comprova ao observar as categorias com menor procura, como a de Viagens, por exemplo”, analisa Freire.
Comparativo na adesão ao comércio online
Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento e a reabertura de algumas categorias, o comércio online ainda é responsável por um alto volume de consumo da população mundial e sente a necessidade de estruturação e tecnologia, principalmente, no tocante a logística. De acordo com dados da Cashback World, houve um aumento de 10% em novas Empresas Parceiras online no Brasil na plataforma, desde o início da pandemia. Já nas Américas, sem contar o Brasil, o aumento foi de 3%, na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre. Isso demonstra uma maior preocupação das empresas para se estruturarem no comércio online e oferecer mais vantagens para os seus clientes, garantindo a sobrevivência do negócio.
Com mais de 150 mil Empresas Parceiras na plataforma da Cashback World e mais de 15 milhões de consumidores Afiliados, a empresa oferece Cashback em cada compra feita, que varia de acordo com a loja e pode chegar a até 20% do valor da compra. Para facilitar ainda mais a experiência, a plataforma possui um aplicativo para dispositivos móveis, o Cashback App, que já está disponível para download em sistema operacional iOS e Android e onde é possível conferir as promoções, realizar compras e controlar o saldo de Cashback a receber.
Brasil promulga acordo de livre comércio automotivo com o Paraguai
O presidente Jair Bolsonaro promulgou o acordo de livre comércio automotivo assinado com o governo do Paraguai em fevereiro deste ano.
O decreto sobre a execução e cumprimento do acordo foi publicado no dia 10 de julho no Diário Oficial da União.
Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República disse que o objetivo do documento é facilitar o comércio e a cooperação aduaneira entre os dois países, em especial para os produtos automotivos. Pelo acordo, as peças e os veículos vendidos pelos dois países terão tarifas mínimas ou zeradas, mas o intervalo para o livre comércio variará entre os dois países.
Os produtos automotivos paraguaios, peças e veículos, terão livre comércio imediato no Brasil. Os produtos brasileiros, no entanto, serão taxados em até 2% no Paraguai. As tarifas cairão gradualmente, por meio da aplicação de margens de preferências, até a liberação total do comércio no fim de 2022.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 415 milhões para o Paraguai e importou US$ 235 milhões em produtos automotivos.
O Brasil já assinou acordos semelhantes com a Argentina, no ano passado, e o Uruguai, em 2015, no âmbito da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).
Fonte: Agência Brasil
Produção industrial paranaense cresce 5,2% entre maio e junho
A produção industrial paranaense cresceu 5,2% entre maio e junho deste ano, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal Regional divulgada nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o segundo indicador positivo em sequência depois do impacto mais emblemático da crise provocada pelo novo coronavírus no setor. Houve retomada em 14 das 15 unidades da Federação que fazem parte do estudo e de 8,9% no indicador nacional nesse mesmo período.
O crescimento vem depois de um salto de 24,1% entre abril e maio e renova os sinais de recuperação da economia e da confiança do setor no Paraná. O Estado registrou crescimento de 1,2% em janeiro e 2,5% em fevereiro, mas a paralisação de algumas atividades e os impactos negativos da Covid-19 em nível global geraram quedas de 6% em março e 27,4% em abril. O resultado acumulado do semestre é de -8,6%, à frente do nacional, de -10,9%.
Na comparação com junho do ano passado, as perdas na indústria chegaram a 6,8%, mas estão entre as menores na comparação com os outros estados nesse recorte. Em abril de 2020, frente ao mesmo mês de 2019, a indústria paranaense chegou a registrar queda de 30,7%. Esse também foi o mês da diferença mais acentuada em nível nacional, de -27,5%. No acumulado dos últimos doze meses houve perdas de 2% no Paraná.
Os resultados positivos indicam que a economia paranaense aponta para um certo reequilíbrio. Houve saldo positivo de empregos em junho, expectativa de atração de R$ 4,7 bilhões em novos investimentos privados nos próximos meses e o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre foi positivo, muito em função da safra de verão e do dólar alto, o que favoreceu as exportações do agronegócio paranaense. O saldo da balança comercial em junho também foi favorável ao Estado e ficou em US$ 645,9 milhões.
O último boletim econômico conjuntural aponta que 98% das empresas do Estado já retomaram a produção. Em todo o Paraná apenas 2.667 empresas (1.799 inseridas no Simples Nacional e 868 no Regime Normal) seguiam fechadas na semana passada. Setorialmente, a indústria de alimentos opera em 108,2% do nível pré-pandemia e a indústria de transformação já atingiu 104,5%.
SETORES – Na análise setorial dez dos 14 ramos da indústria apresentaram taxas positivas no Paraná entre junho de 2019 e junho de 2020 – não há recorte setorial na evolução entre meses sequenciais do mesmo ano. Os maiores avanços foram em bebidas (26,3%), produtos de metal (18,2%), móveis (13,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,7%), produtos alimentícios (3,8%), derivados de petróleo e biocombustíveis (3,3%), produtos minerais não metálicos (3,1%) e produtos de borracha e material plástico (2,1%).
As perdas mais acentuadas nesse quadro foram em veículos automotores, reboques e carrocerias (-50,7%) e máquinas e equipamentos (-21,7%).
No acumulado de 2020, apenas derivados de petróleo e biocombustíveis (8,1%), indústria alimentícia (6,3%), celulose, papel e produtos de papel (5,4%) e produtos de metal (1,9%) registraram variações positivas na comparação com os seis primeiros meses de 2019. Houve perdas significativas em veículos automotores, reboques e carrocerias (-40,5%), máquinas e equipamentos (-31,3%) e produtos de madeira (-18,2%).
PRODUTOS – Entre junho de 2019 e junho de 2020 houve incremento do volume de produtos em todos os setores analisados, menos no de automóveis. Algumas evoluções destacadas pelo IGBE foram registradas nas fábricas de óleo de soja refinado e beneficiamento de açúcar; cervejas e refrigerantes; óleos combustíveis; adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio; filmes de material plástico; misturas betuminosas para asfalto; fogões de cozinha e refrigeradores; e colchões e cômodas de madeira.
NACIONAL – Segundo o IBGE, o resultado do crescimento de 8,9% da atividade industrial entre maio e junho de 2020 reflete a ampliação do movimento de retorno à produção (mesmo que de forma parcial) de unidades produtivas que interromperam seus processos produtivos por conta dos efeitos causados pela pandemia. Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 9% em junho. No acumulado do ano, frente a 2019, houve redução em 13 dos 15 locais pesquisados.
AEN
Indústria de alimentos cresce 0,8% em faturamento no primeiro semestre de 2020
A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou crescimento de 0,8% em faturamento e 2,7% em produção física no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a pesquisa conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).
Entre os fatores que contribuíram para este resultado no período, destacam-se a expansão das exportações e o desempenho do varejo alimentar no mercado interno. O aumento do consumo das famílias dentro dos domicílios foi um dos efeitos da pandemia do novo coronavírus que contribuíram para um melhor desempenho do varejo em comparação com o 1º semestre de 2019. Em contrapartida, o canal Food Service registrou queda de 29,5% nas vendas.
Os setores que mais se destacaram no período em volume de produção, considerando o mercado interno e as exportações, foram: açúcar (+22,6%), óleos vegetais (+3,9%) e carnes (+1,9%).
O setor registrou ainda um aumento de 0,6% nas contratações diretas e formais, gerando 10,3 mil vagas no período. Esse aumento está associado à expansão da produção e à necessidade de contratação para compensar o afastamento temporário de colaboradores pertencentes a grupos de risco para a Covid-19.
É importante destacar, porém, que não se trata de um crescimento sem desafios. Vários fatores adversos se impuseram e tiveram de ser enfrentados. A estimativa da ABIA é de um custo médio adicional de produção de 4,8% devido à Covid-19. Isso tem sido um desafio adicional para as empresas do setor, face ao contexto atual das economias brasileira e mundial. Como o custo de produção industrial representa em média 58% do custo total do setor, um incremento de 4,8% neste item representa um impacto no custo total da indústria de alimentos entre 2% e 2,5%.
Apesar desse impacto na cadeia produtiva, o setor gerou empregos e manteve o abastecimento funcionando no Brasil e no mercado internacional.
“Embora a indústria de alimentos esteja enfrentando os impactos da pandemia, a produção e o abastecimento da população não foram interrompidos, não só pelo fato de se tratar de uma atividade essencial, como também pelas iniciativas tomadas pelo setor, promovendo o monitoramento e o controle dos estoques no varejo e investindo em estruturas de proteção e segurança dos colaboradores nas fábricas e escritórios, entre outras. Nosso foco agora é manter o ritmo e trabalhar para colaborar ainda mais com a retomada econômica do País, gerar mais empregos e continuar levando alimento para a mesa dos brasileiros, além de manter nossa posição de um dos maiores produtores de alimentos do planeta, contribuindo para a segurança alimentar em mais de 180 países”, declara João Dornellas, presidente executivo da ABIA.
Exportações
No primeiro semestre de 2020, as exportações de alimentos industrializados totalizaram US$ 17,6 bilhões, o que representa um crescimento de 12,8% em relação ao valor verificado no primeiro semestre do ano anterior, atendendo a demanda de mais de 180 países.
Os produtos de maior destaque nas vendas em dólares foram as carnes (+11,9%); óleos e gorduras (+30%); e açúcares (+48%).
Ásia, Europa e Países Árabes foram os principais destinos, com destaque para a China. No primeiro semestre de 2020, a receita de vendas de alimentos industrializados para a China totalizou US$ 3,5 bilhões, um crescimento de 95,6% – praticamente o dobro do volume registrado no primeiro semestre de 2019 – com maior concentração nas carnes.
Além da China, os países que mais importaram do Brasil foram Hong Kong e Holanda. No semestre, a indústria de alimentos e bebidas obteve um saldo comercial positivo em US$ 15,3 bilhões, 15,9% superior ao desempenho do 1º semestre de 2019. A contribuição do setor para o saldo geral da balança comercial brasileira alcançou o patamar recorde de 68,2% do total.
“O Brasil é percebido, cada vez mais, como um parceiro confiável e relevante para garantir a segurança alimentar, papel que ganhou ainda mais destaque diante dos desafios da pandemia. Quando muitos países reduziram as suas exportações, o Brasil continuou fornecendo alimentos para o mundo. O País pode vir a expandir seu portfólio de produtos exportados em mercados potenciais como a China, Índia e países do Norte da África”, afirma Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da ABIA.
Food Service
De acordo com levantamento da ABIA, as vendas acumuladas do Food Service (restaurantes, bares, lanchonetes, serviços de alimentação nos hotéis, navios e aviões e lojas de conveniência) apontam para uma redução de 29,5% no 1º semestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado, registrando um faturamento de R$ 64,5 bilhões. No 1º semestre de 2019, foram registrados R$ 91,4 bilhões de faturamento.
INICIATIVAS DO SETOR FRENTE À COVID-19
Essencialidade
Uma das demandas centrais para assegurar o funcionamento da cadeia de produção de alimentos no Brasil, apoiadas pela ABIA, foi o reconhecimento da condição de “essencialidade” logo no início da pandemia no Brasil, por meio do Decreto 10.282, de 20 de março de 2020. A medida envolveu toda a cadeia desde a produção agropecuária até a indústria de alimentos, logística e distribuição, incluindo as atividades de transporte e fornecimento de insumos e produção.
Comitê de Acompanhamento do Abastecimento
Outra iniciativa liderada pela ABIA em conjunto com a ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) e com a APAS (Associação Paulista de Supermercados) foi a criação do Comitê de Acompanhamento do Abastecimento de alimentos e bebidas de Norte a Sul do País, para acompanhar diariamente a situação do abastecimento de alimentos no varejo. Posteriormente, a ABIA convidou outras importantes associações setoriais para trabalhar em conjunto nesse desafio.
Segurança dos colaboradores
Com o advento da pandemia, a indústria de alimentos que, por razões relacionadas à própria atividade, já cumpre rigorosas regras de segurança estabelecidas pelas legislações trabalhistas e de saúde, estabeleceu protocolos extras para garantir a segurança e a proteção dos colaboradores que tiveram que continuar trabalhando para abastecer a população. Além disso, para orientar o setor, a ABIA organizou e disponibilizou a todas as indústrias de alimentos um Guia de Boas Práticas reforçando as diretrizes de segurança no enfrentamento à Covid-19, bem como detalhando e esclarecendo os procedimentos de prevenção a serem aplicados dentro e fora das fábricas.
Doações
Além disso, a indústria alimentícia reforçou suas ações de responsabilidade social, apoiando a sociedade no enfrentamento ao novo coronavírus. De acordo com levantamento da ABIA, as indústrias associadas doaram mais de 2,7 mil toneladas de alimentos e bebidas, além de recursos financeiros para compras de equipamentos hospitalares, investimento em pesquisas e aquisição de testes rápidos para Covid-19. As doações foram distribuídas entre instituições beneficentes, hospitais e unidades de saúde, profissionais autônomos, associações de comunidades, lares de idosos, governos estaduais e prefeituras. O setor também doou cerca de 4 milhões de máscaras de proteção, além de produtos de higiene e limpeza.
Nesse contexto, a ABIA também trabalhou pela aprovação do PL 14.016/2020, sancionado em junho e que autoriza a doação de alimentos e refeições não comercializados por parte de indústrias, supermercados, restaurantes e outros estabelecimentos.
Protocolo sanitário de retorno ao trabalho
Em julho, a ABIA assinou termo de adesão ao protocolo sanitário da Prefeitura de São Paulo para o retorno do trabalho presencial nos escritórios. As medidas de segurança preveem regras para distanciamento social, higiene e sanitização do espaço físico, orientações para comunicação aos colaboradores, políticas de testagem e horários alternativos para atendimento ao público e volta seletiva ao trabalho.
PERSPECTIVAS
De uma forma geral, a pandemia alterou o comportamento e o estilo de vida das pessoas, influenciando os critérios de escolha dos alimentos, a ocasião e o local de consumo. Devido ao confinamento imposto pela quarentena, as refeições preparadas nos domicílios ganharam mais importância, resultando no aumento das vendas no varejo e do canal de delivery.
Tais mudanças podem trazer uma maior valorização da ciência que existe por trás do produto alimentício. Atributos que valorizem ainda mais a segurança alimentar, as boas práticas de produção e as questões sanitárias ganharão mais relevância e prioridade.
Em um cenário pós-pandemia, a indústria de alimentos e bebidas pode expandir rapidamente seus volumes para abastecer os negócios que vão reabrir ou já estão em processo de reabertura. Nas exportações, a tendência é de manutenção das vendas no ritmo atual, tendo como principal parceiro comercial a China. Diante desse cenário, a perspectiva para o fechamento de 2020 da indústria de alimentos e bebidas, considerando a projeção de retração do PIB entre -6% e -5% (), é de um crescimento de até 1% nas vendas reais e de até 11% nas exportações.
Fonte: ABIA
Serviços e emprego vão determinar recuperação da economia, diz pesquisa do Ibre/FGV
O desempenho do setor de serviços e do emprego é o que vai determinar uma recuperação efetiva da economia brasileira no pós-pandemia, afirma Silvia Matos, pesquisadora sênior da área de economia aplicada do Ibre/FGV, para quem dados recentes que apontam retomada da indústria e do comércio podem criar uma falsa sensação de que o país está “voando”.
A economista argumenta que, enquanto a melhora desses setores já era em boa medida esperada diante da abertura gradual de fábricas e lojas e do pagamento do auxílio emergencial, o setor de serviços é muito mais dependente da interação social, que tende a seguir limitada e envolta em incertezas por mais tempo em meio à pandemia de Covid-19.
“A velocidade na margem engana um pouco, porque parece que a gente já está voando”, disse Matos, em referência a indicadores com o da produção industrial, que mostrou alta expressiva em junho frente a maio (+8,9%), ainda que siga em forte retração sobre 2019 (-9%). “A grande variável para mim, sendo muito sincera, é o setor de serviços e também o emprego”, disse.
“Se você não observar melhora no mercado de trabalho, de volta de emprego, mês a mês, e ao mesmo tempo essa volta do setor de serviços, é muito risco de ter muita gente sem ter o que fazer mesmo, e não vai ter rede de proteção suficiente para isso”, acrescentou.
Em maio, o volume do setor de serviços caiu 0,9% frente a abril e 19,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do IBGE. Enquanto isso, indústria e vendas no varejo já mostraram recuperação sobre o mês anterior, com altas de 7% e 13,9%, respectivamente, ainda que na comparação anual tenham caído 21,9% e 7,2%.
A economista afirma que os dados na margem são importantes para mostrar que “há luz no fim do túnel”, mas não devem ser superdimensionados, e pondera que as retrações anuais se dão já sobre uma base baixa, uma vez que a economia caminhava em ritmo lento no ano passado, ainda antes do coronavírus.
O Ibre calcula que o Produto Interno Bruto fechará o segundo trimestre com retração de 9,0% sobre janeiro-março, e crescerá 5,6% no terceiro trimestre. Para o ano fechado, a estimativa é de queda de 5,5% da economia, seguida de uma alta de cerca de 2,5% em 2021.
Para Matos, serviços, principalmente aqueles prestados às famílias, na ponta, são o “freio” para o PIB no ano. O setor como um todo responde por mais de 70% do valor adicionado da economia.
“Nossa grande preocupação é em relação ao quarto trimestre em diante, à medida que os estímulos, principalmente a renda direta às pessoas, cessem. Aí começam as dúvidas e dificuldades de olhar mais para frente”, afirmou Matos, que é coordenadora do Boletim Macro Ibre.
EMPREGO
Com o fim do auxílio, a expectativa é que um grande número de pessoas que hoje não está procurando emprego passem a fazê-lo, o que levará a um aumento da taxa de desemprego e a um achatamento da renda, afirma a economista. O país encerrou o segundo trimestre com a maior taxa de desemprego em três anos, de 13,3%, e redução recorde no número de pessoas ocupadas. [nL1N2F80QO]
Ela nota que, a depender do desenvolvimento do vírus no país, o setor informal, que tradicionalmente absorve trabalhadores em áreas como comércio de rua e corridas de aplicativos, seguirá restrito. Por outro lado, as empresas tenderão a aprofundar processos de automação e enxugamento de mão de obra que foram acelerados durante a pandemia.
“Tem questões estruturais importantes, minha visão é que a gente vai ter dificuldade de ter emprego para todas essas pessoas”, disse Matos.
Nesse cenário, as pressões para que o governo estenda estímulos fiscais e promova outros gastos tende a aumentar, o que poderá ampliar desconfianças em relação à sustentabilidade fiscal e desestimular ainda mais os investimentos. A pressão por gastos pode encontrar terreno fértil com a aproximação das eleições em um governo que se mostra pouco afeito a “comprar brigas”, diz Matos.
“Não acho que (o cenário à frente) é um desastre, a gente nunca pula no abismo… A sociedade brasileira tem essa capacidade de reagir, mas a gente perde tempo e a gente perde crescimento.”
Fonte: Reuters