Empreendedores de sucesso destacam ajuda da filosofia japonesa nos negócios

Evento contou com participação de Raphael Koyama, Yumi Fujikawa e Atsushi Yoshii

Os ensinamentos de filosofia japonesa foram fundamentais para o sucesso dos empreendedores Raphael Koyama, Yumi Fujikawa e Atsushi Yoshii. Essas histórias foram compartilhadas na última quinta-feira (30), durante o evento “Empreendedorismo e Networking”, que ocorreu na sede da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Japão do Paraná (CCIBJ-PR), em Curitiba.

Os empreendedores, que atuam no ramo de construção civil e de alimentação, contaram suas trajetórias e experiências no evento organizado pelo Consulado Geral do Japão em Curitiba e Rede Nikkei do Paraná (REN-Paraná). O presidente da CCIBJ-PR, Arata Hara, destacou o quanto a presença dos empresários será enriquecedora. “As palestras vão auxiliar os participantes a entenderem mais a fundo como os ensinamentos da cultura japonesa podem auxiliá-los em suas carreiras”, afirmou.

O Cônsul-Geral Interino do Japão em Curitiba, Rei Oiwa, espera que essas palestras sirvam de inspiração aos novos empreendedores nikkeis. “Espero e torço que surjam novos empreendedores nikkeis paranaenses que venham a contribuir no fortalecimento da relação entre o Japão e o Brasil, após o compartilhamento dessas excelentes experiências dos três palestrantes”, salientou.

Segundo a presidente da REN-Paraná e vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Japão Júnior (CCIBJ-Jr), Bruna Hara, o evento tem a proposta de oferecer uma experiência única. “Como presidente da REN-Paraná, esse sempre foi um dos nossos objetivos com a criação da Rede Nikkei em nosso estado. E hoje temos a oportunidade de aprender com essas três personalidades que estão presentes neste evento”, discursou.

Na visão de Raphael Koyama, a lógica da persistência foi algo que ele leva da cultura nipônica aos negócios da família. Com 28 anos de idade, o maringaense decidiu fechar as duas lojas de restaurantes japonês em prejuízo, mas inovou ao abrir uma unidade voltada para o delivery. A decisão contou com o acolhimento de muitos clientes, que prestigiaram as unidades físicas da família, logo, Raphael aumentou o faturamento da empresa até se tornar a maior rede de delivery de comida japonesa do Sul do país, segundo o iFood. “Sempre levo a filosofia do povo japonês de reconstruir diante das dificuldades, e foi com essa visão que consegui recuperar e reconstruir o negócio da minha família. Na minha vida, sempre uso a frase da minha mãe: desistir não é uma opção”, afirmou. 

Enquanto para Yumi Fujikawa, proprietária de Chiffon Cake, primeira confeitaria de bolo chiffon do Brasil e sócio-proprietária do Gyoza Bar e restaurante Tuk-Tuk, os cuidados com os detalhes e o trabalho árduo, comportamento que ela presenciou no período em que morou no Japão e na vivência com os pais, a auxiliaram na gestão dos negócios. “A questão do trabalho duro, de não desistir mesmo quando há dificuldade, e sempre acreditar que seremos recompensados por meio do nosso trabalho, foram lições que aprendi com meus pais e fora do país. Na minha visão, o termo japonês Ikigai representa muito minha profissão e carreira, que é achar um motivo para levantar da cama todos os dias e fazer isso com paixão”, comentou.

Já Atsushi Yoshii, fundador da A. Yoshii Engenharia, ressaltou que a credibilidade do povo japonês foi um ensinamento que trouxe ao Brasil. “Quem tem credibilidade, tem tudo nessa vida, e isso não é só na área da construção civil. Essa credibilidade que os japoneses carregam consigo e como isso também influenciou na visão dos nikkeis foi uma grande lição na minha carreira. Também gosto de destacar três ensinamentos: Omotenashi (faça algo para surpreender seus clientes), Motainai (cultura da economia), Kaizen (melhora contínua)”, destacou.  

Participaram do evento: os membros da diretoria da CCIBJ-PR; membros de diretoria da CCIBJ-Jr; vereador Nori Seto; a assessora do gabinete da primeira-dama do Estado e da Superintendência de Ação Solidária do Paraná, Fernanda Adams; e membros da REN-Paraná.